Operário Pilarzinho é campeão inédito da Suburbana

Após um empate em 1×1 na ida, e um 0x0 na volta, quem vencesse ficava com o título. Mas antes de a bola rolar para o terceiro e definitivo jogo, Iguaçu e Pilarzinho tinham alguns problemas. O alvinegro teria o desfalque do volante Helton, enquanto o tricolor tinha metade de sua linha defensiva toda alterada, com os desfalques dos laterais Guilherme e Dionata, além do goleiro Juninho. Quando a bola rolou, o Iguaçu logo demonstrou uma atitude completamente diferentes dos primeiros jogos. O treinador Luisinho Netto lançou uma formação menos defensiva e a equipe pressionou em busca do gol nos primeiros 45 minutos. O Pilarzinho até conseguiu levar algum perigo ao gol defendido por Filipe, mas era o Iguaçu que parecia mais próximo de balançar as redes.
No entanto, logo na volta do intervalo, Diego, que substituia Guilherme na lateral direita, apareceu como elemento surpresa e chutou cruzado para colocar o Pilar na frente. O Iguaçu, porém, não se entregou fácil, e aos 13 minutos empatou com Emerson, completando cobrança de falta com um potente cabeceio. A partir daí, as equipes pareciam satisfeitas com o novo empate. O risco de se lançar ao ataque talvez não valesse a pena. Em uma última tentativa iguaçuana, a bola morreu nas mãos do goleiro Juliano. O arqueiro fez a reposição e o Pilarzinho ganhou uma falta na intermediária, aos 47 minutos. Bitoca, que estava visivelmente exausto e com câimbras, ajeitou as meias e mexeu nas caneleiras. Parecia estar pedindo uma força extra. O camisa dez foi para a batida da falta e de maneira certeira e perfeita, encontrou o ângulo esquerdo da meta de Filipe, que pulou certo mas nada pôde fazer. Explosão em vermelho, branco e azul. O Operário Pilarzinho, enfim, é o campeão da Suburbana.
Fundado oficialmente em 1951, o Operário Pilarzinho já havia vencido alguns campeonatos federados, com a última conquista em 2012, quando venceu a Série B daquele ano. Em 2014, a equipe chegou à final da Suburbana, mas acabou deixando o título escapar em uma final contra o Nova Orleans, em uma melhor de três jogos. O meia Bitoca, naquela competição, perdeu uma cobrança da marca da cal no duelo de penalidades no terceiro e decisivo jogo. Mas agora se eternizou como o herói de todo um bairro, evidenciando as voltas que o mundo dá dentro do futebol.
A campanha
Desde o início do ano, o Operário Pilarzinho acreditava que poderia disputar as primeiras posições. E planejava isso. O presidente Leandro Andrade tinha como objetivo ao menos ficar entre os quatro primeiros, e ir aos poucos consolidando o status de “quarta força” do futebol de Curitiba. Mas os resultados vieram antes do imaginado. Mas não vieram com facilidade. A campanha tricolor começou contra o adversário da final. No mesmo local da histórica conquista, derrota por 1 a 0 diante do Iguaçu. Em seguida, vitória por 3 a 0 sobre o Imperial na estreia em casa. Na terceira rodada, um empate sem gols com o Vila Fanny, seguido por duas vitórias consecutivas: 3 a 1 no Capão Raso, fora de casa, e 2 a 1 no Uberlândia, dentro de seus domínios. Na sexta rodada, outra derrota contra um integrante do “trio de ferro”. Como visitante, derrota por 2 a 0 para o Santa Quitéria. Na sequência, outras duas vitórias consecutivas. Primeiramente um triunfo pelo placar mínimo contra o lanterna Vila Hauer, fora de casa, e depois uma vitória maiúscula contra o então líder Trieste, por 3 a 2, no Bortolo Gava. Na nona rodada, derrota frente ao Vila Sandra, por 2 a 0, e empate em 1 a 1 com o Novo Mundo. No término da primeira fase, vitória por 3 a 0 sobre o Nova Orleans, algoz da final de 2014. No mata-mata, o Pilarzinho foi invicto. Nas quartas, contra o Capão Raso, empates em 1 a 1 e 0 a 0 e classificação nos pênaltis graças ao goleiro Juninho. O arqueiro voltou a ser decisivo nas semifinais diante do Trieste. Depois de um empate na ida sem gols, o Pilarzinho venceu o Tricolor Italiano por 2 a 0 no Francisco Muraro, com Juninho defendendo um pênalti quando o placar ainda anotava 0 a 0. Por falar em empate, assim foi na primeira partida da final, no Pilarzinho, com um gol para cada lado. No segundo jogo, na casa do Iguaçu, empate em 0 a 0. Até que na final, com um gol no apagar das luzes, o Operário Pilarzinho pôde enfim gravar em letras douradas o seu nome na história da Suburbana.

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